JESUS E A REDENÇÃO DA HUMANIDADE

CRISTOLOGIA


I - JESUS E A REDENÇÃO DA HUMANIDADE

A Redenção do Gênero Humano do pecado haveria de ser efetuada através de um mediador que deveria reunir em si mesmo tanto a natureza humana quanto a divina, para que pudesse reconciliar Deus ao homem, e o homem a Deus. As Escrituras ensinam que o Cristo preexistente se tornou homem. O Verbo se fez carne (Jo 1.14); quando chegou a plenitude dos tempos Deus Enviou Seu Filho, nascido de mulher (Gl 4.4; cf. Rm 8.3); que, subsistindo em forma de Deus... antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhança de homem Fp 2.6,7 (P. T. S; Henry Clarence Thiessen, EbR; Sexta impressão 2.000).

1. A história inteira da humanidade pode ser contada com apenas três palavras:

• Geração

• Degeneração

• Regeneração

A regeneração consiste do processo de restaurar, ao seu estado original, algo que sofreu um processo de degeneração.

A regeneração é aplicada à alma porque houve degeneração, e precisa haver restauração ao seu original estado de perfeição, mediante lavagem e renovação. Aplica-se também a terra porque ela se degenerou e desceu muito abaixo da perfeição da criação original, e tem de ser restaurada.

A Redenção consiste de o processo restaurar, ao proprietário original, algo que ele perdeu ou vendeu. Para que possamos entender todo o escopo da redenção, teremos de compreender o que se perdeu através do pecado; pois a redenção é a restauração de tudo quanto foi perdido por causa do pecado.

a) O homem perdeu a sua alma. ... porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás (Gênesis 2.17). ... a alma que pecar essa morrerá (Ezequiel 18.4).

b) O homem perdeu o seu corpo. Não mais podia comer da árvore da vida, e começou a envelhecer. ... até que tornes a terra, porque dela foste formado: porque tu és pó, e ao pó tornarás (Gênesis 3.19).

c) O homem perdeu a terra. Perdeu o domínio sobre a terra. A terra só produz o que lhe é necessário para sua subsistência mediante trabalho árduo. Apareceram mato e pestes, enfermidades e pragas. A terra passou para debaixo do controle de Satanás. (Gênesis 3.17-19; Lc 4.6).

2. Os Principais Acontecimentos da Redenção são:

Conversão, a salvação da alma.
Ressurreição, a redenção do corpo.
A Segunda Vinda de Cristo, a redenção da terra.

A palavra redenção chega até nós baseada num costume do antigo testamento. Quando os filhos de Israel tomaram posse da terra prometida, certas provisões foram feitas para que a terra ficasse sempre distribuída eqüitativamente entre o povo. As propriedades poderiam ser vendidas ou o dono poderia dispor delas de outras maneiras, mas o documento de venda seria mais um papel de arrendamento, que expiraria automaticamente no ano do jubileu, quando então as propriedades retornariam aos seus proprietários de origem.

Se um homem perdia sua propriedade ou a vendia, prejudicando os seus próprios filhos, qualquer parente poderia readquirir, a qualquer tempo, as terras, ao pagar o preço da compra; então as terras seriam devolvidas aos seus legítimos proprietários. Esse processo era conhecido como redenção, e o homem que a comprava de volta era chamado de redentor. Posteriormente, as terras passavam realmente às mãos dos legítimos herdeiros, e eles a ocupavam.

Isso era denominado de possessão adquirida.

Quando um parente redimia uma propriedade qualquer dessa forma, era passado um documento comprobatório. Pelo lado de dentro eram escritas as especificações, as condições da venda, etc. E pelo lado de fora eram apostas as assinaturas do vendedor e do comprador, bem como das testemunhas. Esse documento era então enrolado e selado. O rolo selado era entregue ao proprietário de origem ou aos seu herdeiros. O herdeiro, quando bem achasse conveniente, poderia quebrar os selos; então, munido do rolo aberto que provava os seus direitos, tomava posse da terra até mesmo à força, se isso fosse necessário. Há uma transação assim registrada em Jeremias 32.6-15. (O F. G. do P. T., Artur E. Bloomfield, M.C.).

Á OBSERVAR:

• Anúncio de um Salvador – Gn. 3:14,15
• A Busca por um homem o qual Deus poderia fazer com ele uma aliança
• As promessas de Deus cumpridas em Abraão
• A perseguição aos descendentes de Abraão as tentativas para impedir o nascimento do Messias

A última tentativa.

Jesus Cristo e o plano para salvar a humanidade

Seu nascimento sobrenatural:

O Senhor Jesus nasceu de uma virgem chamada Maria, que morava em Israel, região montanhosa da Judéia. Maria estava prometida a José. Assim como um Anjo aniunciara a Maria que ela conceberia e daria a luz um filho, também um anjo revelou a José que sua noiva estava grávida pelo Espírito Santo, que ela daria a luz a um filho que salvaria o seu povo dos pecados deles (Mateus 1:20-21).

Depois dessa revelação, José recebeu Maria por sua esposa, mas não coabitou com ela até que lhe nasceu o filho primogênito, Jesus Cristo, a palavra até que implica que após Jesus ter nascido José e Maria tiveram uma vida normal, marido e mulher e por tal tiveram outros filhos. Um anjo anunciou aos pastores, que guardavam seus rebanhos nas proximidades de Belém, o nascimento do Messias glorioso – o Filho do Deus vivente. Então uma multidão da Milícia Celestial cantou o lindo hino especialmente composto para aquela ocasião – Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens a quem Ele quer bem – E o Senhor Jesus, deitado numa manjedoura, berço tão simples e humilde, foi também adorado pelos pastores.

O nascimento de Jesus por meio de uma virgem foi profetizado centena de anos antes, pelo profeta Isaías, e está registrado no livro que leva seu nome, no capítulo 7 - versículo 14.

Fatos maravilhosos aconteceram anunciando Seu nascimento. Uma especial e linda estrela surgiu no céu e guiou os magos do Oriente (homens sábios que estudavam o tempo, a astronomia e conheciam as profecias referente ao Messias de Israel) Mateus 2:1-12). Estes adoraram e ofertaram-lhe dádivas dignas de um Rei, Ouro, incenso e mirra. José e Maria tiveram de ir para o Egito, ocultando-se do furor do rei Herodes (que queria destruir Jesus, e por isso mandou matar todos os bebês com menos de 2 anos) Mateus 2:13-15. Permaneceram no Egito até que esse rei mau veio a falecer. Tendo José recebido orientação de Deus, foi estabelecer com sua família em Nazaré, e por isso Jesus foi chamado de Nazareno (Mt. 2:13-23 – e Lucas 2:39-40).

Cumpriu-se todo o ritual estabelecido pela Lei para o filho primogênito. Sua apresentação no templo de Jerusalém foi testemunhada por Simão e Ana (Lucas 2:21-38). Jesus foi também circuncidado ao oitavo dia de vida.

Crescimento e juventude do Senhor:

Seu desenvolvimento foi normal como o de todos os meninos judeus (Lucas 2:52). Além de Sua infância, Sua permanência no Egito e Seu retorno à Palestina, a Bíblia nos relata um Flash de seus 12 anos (Lucas 2:41-52). Lucas nos relata que Jesus era obediente a seus pais terrenos (Lc. 2:51). A obediência era uma forte característica na vida do Senhor Jesus, deixando-nos com isso um grande exemplo à ser seguido.

Há lendas espalhadas, principalmente em seitas orientais e secretas, que Jesus esteve em Sua juventude, com os Essênios. Mas isso não é verdade e carece de comprovação. Pela Bíblia sabemos que o Senhor aprendeu a profissão de carpinteiro com José, na Cidade de Nazaré, na Galiléia, e ao pregar ali, foi chamado pelos que O conheciam de O Carpinteiro – Marcos 6:3.

O lar de Jesus era humilde, e em Seus ensinos Ele falava sobre: remendos de roupa, pedir pão emprestado ao visinho para servir um visitante, sobre o cuidado para a escolha do recipiente para o vinho, coisas que faziam parte do cotidiano de uma família simples e vida modesta.

II – PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO DE JESUS

João Batista: o precursor. João Batista foi o precursor de Jesus. Lucas, inspirado pelo Espírito Santo, narra a vida e os ensinos de João Batista. Zacarias e Isabel serviam ao Senhor e sonhavam com a possibilidade do nascimento de um filho. O anjo anuncia à Zacarias a Boa Nova e, apesar da idade avançada de ambos e da esterilidade de Isabel o pequeno bebê nasce – milagre difundido em toda Judéia. O jovem João Batista cresce cheio do Espírito Santo, e prega no deserto da Judéia a mensagem de arrependimento, batizando todos que vêm em sua procura.

Jesus também é batizado por João no rio Jordão (Lucas 3:21-22). Este dá testemunho ao mundo a respeito de Jesus como Messias prometido. João Batista declara não ser digno de desatar as correias das sandálias de Jesus, ou seja, não era digno de ser Seu escravo (Mateus 3:11 e Lucas 3:15-18).

Inauguração

1 - O Batismo de Jesus (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21-23a)

Jesus tinha cerca de trinta anos quando começou o Seu Ministério. Despediu-Se de Sua família e amigos em Nazaré, mudando-Se para as vizinhanças da cidade Santa (Jerusalém). Antes de lançar-Se ao Seu ministério público, passou porém por duas experiências preparatórias:

O Batismo
A Tentação

De acordo com Mateus 3.13, Jesus procura João Batista, para que por ele fosse batizado. Visto que tanto a pregação de João Batista, assim como o batismo, falavam acerca de arrependimento de pecados, surge a pergunta: Por qual razão foi Jesus batizado? Ao responder esta pergunta, consideremos o seguinte:

a. A reticência de João (Mt 3.14)

b. A resposta de Jesus (Mt 3.15)

c. Jesus não tinha pecados de que se arrepender, embora a pregação e batismo de João se referissem a arrependimento (Mt 3.11).

d. O ministério de João como precursor e arauto de Jesus chegava ao seu término; e o ministério público de Jesus estava para iniciar-se.

Alguns vêem no batismo de Jesus uma identificação simbólica entre o Salvador e os homens, predizendo sua obra de substituição.

Uma explicação mais provável parece ser que se trata de um rito simbólico inaugural, anunciando o fim da antiga dispensação e o início da nova. Esta deveria substituir aquela, e a Pessoa que cumpriria a justiça de Deus entrava agora em cena. Reflita na seguinte introdução formal ao mundo: Este é o meu Filho Amado, em quem me comprazo (Mt 3.17).

2 - A Tentação de Jesus no Deserto (Mt 4.1-11; Mc 1.12-13; Lc 4.1-13)

Os Evangelhos registram três tentações lançadas por Satanás contra Jesus no deserto de Judá.(a ordem em Mateus talvez seja cronológica). Houve outras tentações durante aqueles quarenta dias, da mesma forma como Jesus foi tentado através de toda a Sua vida na terra (cf Lc 4.13), porém Ele jamais pecou cedendo a qualquer tentação.

Era possível que o Filho de Deus fosse tentado?

Respondemos afirmativamente. Cristo possuía as duas naturezas: divina e humana, portanto podia sofrer a tentação embora estivesse livre da inclinação para o pecado. Hebreus 4.15- Mateus 4.1. devemos lembrar que se Jesus não pudesse ser tentado não seria verdadeiramente homem. A tentação prova também que a Sua humanidade era perfeita e real. O diabo tinha vencido o primeiro Adão e julgou ser possível vencer o segundo Adão (Cristo).

A esperança da raça, que então preparava-se para entrar definitivamente no seu ministério, após um longo período de íntima comunhão com o Pai. Surge, então o grande inimigo e maneja com habilidade infernal as suas armas contra Aquele que veio desfazer as suas obras (I Jô 3.8) e conquistar o homem para o reino de Deus.

O Desafio de Satanás.

O diabo ao defrontar-se com Jesus no deserto sabia com quem estava tratando. O seu interesse em declarar Se tu és Filho de Deus... não era descobrir o Messias, mas provocar certas reações que suscitassem dúvidas em Jesus quanto à sua relação com Deus. Ele pensava, também, que poderia induzir Jesus a obedece-lo e deixar o seu ministério espiritual por ambições, se demonstrasse o seu poder divino, transformando pedras em pães, no momento exato que Ele tinha fome. O diabo sempre atrairá a pessoa no seu momento mais crítico. O apelo para que Jesus atirasse do pináculo do Templo, chegando ao solo seria uma prova espetacular, para o povo, de que Ele era de fato o Messias. Finalmente, sem se dar por vencido o usurpador deste mundo, propõe uma oferta, por meio da qual Cristo conquistaria os reinos do mundo sem lutas, desde que se comprometesse a adorá-lo (Mateus 4.9). Eis o cúmulo da audácia satânica. Após a tentação, impelido pelo Espírito, regressou para a Galiléia, e a Sua fama correu por toda a circunvizinhança.

O Senhor foi tentado em todas as coisas (Mateus 4:1-11) Durante 40 dias esteve entre as feras e o diabo tentou faze-lo pecar. Jesus, porém, não cedeu a nenhuma palavra do inimigo, e triunfou sobre os ardis (Hebreus 2:18). Por isso Ele pode entender a nossa luta e perdoar quando falhamos – nos reveste de força, prepara-nos para resistir ao inimigo e vencermos com Ele a batalha espiritual.

Na Bíblia Paulo chama de o segundo Adão. O primeiro falhou ao pecar, desobedecendo a Deus. Jesus entrando na batalha da tentação foi vitorioso e venceu todas as investidas do inimigo para faze-lo cair – isso é um contraste perfeito com Gênesis 3 (relato da queda de Adão no jardim do Éden).

III - INÍCIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Após vencer o tentador (durante 40 dias no deserto, junto ao Jordão) o Senhor inicia Seu ministério glorioso – isto aos 30 anos de idade (Lucas 3:23). Na Galiléia, na Cidade de Cana, em uma festa de casamento. Ele principia Seus milagres ao transformar água em vinho (este, de sabor superior ao que era servido anteriormente).

Em contraste com a primeira família, em Gênesis, que após o pecado de desobediência começa a experimentar a desunião, ódio e homicídio entre irmãos. O que Deus havia criado tão bom - a família – começa a degenerar-se. A dor e o sofrimento chegam aos nossos primeiros pais. Agora, em Cristo, tudo vai sendo restaurado. Os valores da família, a união entre irmãos, e o amor conjugal se revestem de alegria e de realização completa com a chegada de Jesus nos lares. O Seu primeiro milagre em um casamento é muito significativo, mostra o poder transformador do Senhor nos relacionamentos familiares. O que havia acabado (o vinho) Jesus repõe de maneira abundante e superior. Famílias e lares sem afeto, sem respeito, sem harmonia, obediência e sem alegria tornam-se felizes e amáveis com a chegada do principal convidado – Jesus.

O ministério Público de Jesus, durou cerca de trinta e três anos e meio, sendo o primeiro de obscuridade. Durante este ano, Jesus emergiu da virtual obscuridade para a popularidade, subindo gradualmente ao auge desta. O segundo ano foi passado inteiramente na Galiléia, onde realizou Seu trabalho mais extenso. Perto do final deste ano, Sua popularidade diminuiu e Seus inimigos tornaram-se mais numerosos e persistentes. O terceiro ano, chamado de Ano da oposição, foi aquele em que cumpriu os ministérios que precisavam ser feitos antes da sua morte, tais como o treinamento dos discípulos para a proclamação ininterrupta do Evangelho. A Galiléia era uma província que compreendia toda a parte do norte da Palestina, repartida pelas tribos de Issacar, Zebulon, Aser, e Naftali. Originalmente o nome Galiléia era dado a um pequeno circuito de território, no qual estavam as vinte cidades que o rei Salomão deu a Hirão (I Rs 9.1).

Lucas como Mateus e Marcos, omitem inteiramente os fatos do ano decorrido entre a tentação de Jesus e o início do ministério na Galiléia, fatos que João cita, Jo 1.19 a 4.54. Ver sobre Mc 1.14-15.

Rejeição em Nazaré (Lc 4.16-22). Parece que foi esta a primeira vez que voltou a Nazaré, depois de Seu batismo, fazia mais de um ano. Tanto quanto sabemos, passou esse intervalo no deserto, em Caná, em Cafarnaum e na Judéia, (Jo 2.1,12; 4.46).

Maravilhavam-se da graça, do magnetismo e da força evidente de Sua personalidade quando falava, e ficaram espantados. Dificilmente acreditavam tratar-se de humilde conterrâneo seu. Aliás, naquela cidadezinha Jesus vivera tão quietamente, sendo de família tão humilde, que a congregação na sinagoga mal o reconheceu (v.22). Saindo de Nazaré, pela rejeição daqueles que o conheciam, tomou a cidade de Cafarnaum como centro de Seu Ministério, aonde estendeu-se por toda a Galiléia.

A Escolha dos Doze (João 1.37-51). O desejo altruísta de João em glorificar Cristo produziu frutos entre Seus seguidores. Sem nenhuma ordem ou sugestão de Sua parte além do Seu testemunho, dois deles seguiram Jesus. Cristo levou cerca de um ano e meio para completar Sua escolha. Depois disso estiveram com Ele durante dois anos.

Em 29 a.D., Novembro? João, André, Simão,Filipe, Natanael creram nÊle através do batismo de João, (Jo 1.35-51); acompanharam-no a Caná; depois voltaram aos seus afazeres até que foram de novo chamados.

Em 30 a.D., Janeiro? Depois de terminada a primeira parte de Seu ministério na Judéia, e ao iniciar o ministério da Galiléia, chamou a Simão, André, Tiago e João a fim de deixarem seu negócio de pescaria e se associarem definitivamente a Ele, (Mc 1.16-20). Pouco depois Mateus foi convidado a aderir ao grupo, (Mt 9.9).

Em 31 a.D., Maio? Os doze foram formalmente escolhidos, (Lc 6.12-16).

Em 32 a.D., Março? Receberam o poder de curar e foram enviados aos pares, numa excursão de mais ou menos um mês, (Mt 10).

Em 33 a.D., Maio? A comissão final que receberam de levar o Evangelho aos confins da terra, (Mt 28.16-20).

A esses homens Jesus confiou a continuação da Sua obra. Naturalmente, sabia que Ele mesmo, do céu, mediante Seu Espírito, os dirigiria e ajudaria. Apesar disto, era preciso levar em conta as características e os talentos naturais de cada um deles. E antes de fazer a escolha final, Jesus passou toda a noite em oração. Após dois anos de preparação e treinamento (ver sobre Mt 10), enviou-os como Suas testemunhas até aos confins da terra. O N.T. conta só um pouco do trabalho deles – Na Palestina, Ásia Menor, Grécia e Roma – e quase que só menciona Pedro, João e Paulo.

Talvez os doze tivessem acertado antes os diferentes rumos que iam tomar. Ou pode ser que cada um fosse dirigido na escolha do destino que melhor lhe parecesse. Durante certo tempo saíram aos pares. Sem dúvida, cada qual visitava a obra de outros, ajudando a confirmar as igrejas em toda parte.

O Primeiro Milagre (Jo 2.1-11). No terceiro dia da jornada de Jesus para Caná, saindo do lugar em que conseguira Seus discípulos, compareceu a uma de casamento (que em seus dias quase sempre durava vários dias).

Do deserto passou diretamente à festas do casamento, e apesar de Seus subseqüentes milagres serem operados em grande parte no alívio dos que sofriam, este foi feito numa festa de casamento, contribuindo para a alegria humana. Este foi o primeiro milagre de Jesus.

A Breve estada em Cafarnaum (Jo 2.12). Foi uma espécie de visita de família, em que tomaram parte sua mãe e Seus irmãos, provavelmente à casa de João, ou Pedro, ou outros discípulos, para acertar planos sobre o futuro de Seu ministério. Cerca de um ano mais tarde, Cafarnaum veio a ser seu principal lugar de residência. Não operou mais milagres na Galiléia, até que voltou do Seu ministério na Judéia.

Ensinos, milagres e manifestações de Seu poder:

Em Mateus capítulo 8 o Senhor Jesus prossegue em Seus milagres tocando em leprosos e limpando-os das enfermidades terríveis. Levanta os que estão à beira da morte, ressuscita os que estão mortos. Cura todos os que chegam a Ele e lhe imploram misericórdia. Abre os olhos de cegos de nascença, coisa nunca vista antes, nem mesmo no período dos profetas do Velho Testamento (como Moisés ou Elias). Faz os mudos falarem, os paralíticos andarem, coxos se endireitarem, encurvados ou com as mãos ressequidas são instantaneamente curados pelo Seu grandioso poder.

A tempestade no mar da Galiléia acalma-se e o forte vento pára de soprar ao comando do Senhor do Universo feito homem. Os discípulos atemorizados e maravilhados, somente podem comentar. Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem? (Mateus 8:27). Muitos endemoniados são por Ele libertos, cadeias espirituais são abertas e os prisioneiros do inimigo saem livres pela Palavra de ordem. Sai dele! (Marcos 9:25)

E ao mesmo tempo que essas maravilhas se fazem ver, o Senhor ensinava a respeito do Pai, do Seu plano para os homens, da vida abundante e feliz.

Em Mateus 5, 6 e 7 temos o Sermão da Montanha – o nome pelo qual se tornou conhecido até os dias de hoje: é a carta Magna do Reino de Deus em Cristo. Ali o Senhor ensina sobre o perdão, sobre a confiança no Pai para a vida cotidiana, sobre o servir ao Senhor com humildade (na oração, no jejum e praticando o amor para com os necessitados).

Ao curar e libertar, mesmo no sábado pois Ele é o Senhor do sábado (Mateus 12:1-8), o Senhor atrai o ódio dos fariseus, dos sacerdotes e dos escribas que davam mais crédito às tradições do que a própria palavra viva de Deus. Começam então a combatê-Lo e tentam confundir Suas palavras, mas Sua autoridade e sabedoria são irrefutáveis (Marcos 11:27-33). Saduceus tinham dúvidas sobre ressurreição e a vida.

Fariseus são confrontados com as Escrituras e sua interpretação quando o Senhor lhes fala que o Messias é o Senhor de Davi, e não seu filho (Marcos 12:35-37). Os herodianos (membros do partido político favorável a Roma) são convencidos de que há obrigações de cidadão terreno e obrigações de cidadania Celestial Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus (Mateus 22:15-22).

Tanto os ensinos como os feitos do Senhor Jesus são cumprimento profético das Escrituras – fato registrado amplamente por Mateus, que escreve o seu Evangelho especialmente para os judeus.

Iniciando sua pregação itinerante e a realização dos inúmeros milagres, foi da Samaria à Galiléia e, rejeitado em Nazaré, chegou a Cafarnaum, às margens do lago Tiberíades ou mar da Galiléia, onde aconteceu o episódio da pesca milagrosa, e catequizou seus primeiros apóstolos: Simão Pedro, seu irmão André e os filhos de Zebedeu, Tiago e João, mais Filipe e Natanael, ex-discípulos de João Batista. Aos 31 anos completou seus 12 apóstolos, todos eles galileus, realizou o famoso sermão da montanha e pregou suas mais notáveis parábolas, com as quais transmitia sua doutrina ao povo, aos sacerdotes e a seus seguidores. No período de seus 32 anos aconteceu a morte de João Batista por ordem de Herodes Antipas, e os dois grandes milagres: a multiplicação dos pães e dos peixes e a ressurreição de Lázaro. Também neste período ensinou no templo de Jerusalém, estabeleceu o primado de Simão, a quem chamou Pedro, e em presença dele, de Tiago e de João, realizou o prodígio da transfiguração e entrou triunfante em Jerusalém. À época do seu nascimento, a Galiléia era um conhecido foco da resistência judia contra Roma. O povo judaico esperava por um salvador revolucionário e libertador que recuperasse sua independência política perdida desde o exílio da Babilônia, no fim do século VI a. C., e depois de dominados por outros povos, tinham passado ao poder de Roma (63 a.C).

IV – REJEIÇÃO DE SEU MINISTÉRIO

a) Priorizou a vida Espiritual

b) Não foi compreendido pelos Sacerdotes

c) Causou inveja

Portanto a sua pregação, para muitos judeus, estava longe de ser coerente com a missão divina de ser o rei dos judeus. Aos 33 anos, foi considerado blasfemo e acusado de conspirar contra o César, quando Tibério era o imperador de Roma. Aprisionado no horto de Getsâmani, foi levado até ao pontífice Anás e, ante Caifás, o príncipe dos sacerdotes, com quem se haviam reunido os escribas e os anciões, passou a ser submetido a um processo religioso. Mais tarde, foi conduzido à residência do procurador romano da Judéia, Pôncio Pilatos, que sem entender a revolta da população, o enviou a Herodes Antipas.

Por um gesto político de Herodes, foi devolvido a Pilatos, que não achando delito nenhum naquele homem, mas diante à pressão dos chefes de Israel e de uma multidão incitada por eles, ainda propôs uma permuta de prisioneiros. Porém a maior parte da multidão optou pela soltura do prisioneiro político Barrabás quando da opção de troca proposta pelo governo. Então pronunciou a sentença da sua condenação à morte na cruz, depois de declarar-se inocente de seu sangue. De acordo com as leis romanas, foi flagelado e teve que carregar uma cruz até a colina do Calvário, no monte Gólgota. Ali foi crucificado junto com dois malfeitores comuns, no dia 7 de abril, dez dias antes de completar 33 anos de idade, segundo cálculos de estudiosos, historiadores e astrônomos.

V – ACUSAÇÃO, PRISÃO E MORTE

a) De quem vinha sua autoridade

b) Rei de Israel ?

c) Negação da autoridade de César ?

d) Ciúmes dos religiosos.

Herodes. Os Herodes eram uma linhagem edomita de reis que, sob o governo romano, dominavam a Judéia pouco antes da aparição de Cristo. Herodes o Grande, 37-3 a.C., subiu ao trono e o conservou por meio de crimes indizivelmente brutais, pois matou até sua esposa e dois filhos. Era cruel, astuto e sangue frio. Foi ele quem matou os meninos de Belém, num esforço por eliminar o Cristo.

Seu filho, Herodes Antipas, uns 33 anos mais tarde, matou João Batista, Mc 6.14-29 , e escarneceu de Cristo, Lc 23.7-12.

Seu neto Herodes Agripa I, 14 anos mais adiante, matou o Apóstolo Tiago, At 12.1-2.

Seu bisneto, Herodes Agripa II, 16 anos mais tarde, foi aquele perante quem Paulo foi julgado, At 25.13-26:32

Notas:

Herodes o Grande, morreu em 4 a.C., pouco depois de Jesus ter nascido (Mt 2.1, 19).

Arquelau foi o rei que José evitou ao chegar na Palestina, depois de deixar o Egito (Mt 2.22)

Pôncio Pilatos era procurador romano na Judéia durante o ministério público de Jesus (Lc 3.1), que condenou oficialmente Jesus à morte

O ciúmes, a maldade no coração dos religiosos impediram a visão, não reconheceram a salvação, o Deus Todo Poderoso encarnado, movidos pelo ódio aproveitaram a realeza de Jesus Cristo e o acusaram de ser rei de Israel, sendo que o rei de Israel era Herodes, porém, verdadeiramente Jesus era rei de Israel, descendente direto do rei Davi, tanto por Maria, sua mãe, quanto de José, seu pai adotivo. Herodes era de Edon, sendo edumeu era descendente direto de Esaú, e não de Jacó, portanto não era da linhagem real. Quando Roma invade a palestina empossa Herodes (o grande) como rei de Israel, na verdade Herodes era um funcionário de Roma, não tinha direitos legais para ser rei de Israel. Com ciúmes Herodes, o grande tenta matar Jesus em sua infância, como vemos na morte das crianças de dois anos para baixo, quando soube pelos reis magos que o rei de Israel havia nascido (Mateus cap. 2). A família dos Herodes não aceitavam de nenhuma forma concorrência, gostavam e lutavam com todas as forças para permanecerem no trono. Roma não se importava pela religião de seus conquistados, mas eram extremamente severos quanto a política, não aceitavam de forma alguma interferência em sua forma de conduzir o Império, como a família dos Herodes eram funcionários empossados por Roma qualquer outro pretenso rei seria um rebelde contra Roma, por tal um crime político passivo de morte. Jesus então é entregue à Roma, como um rebelde, um revolucionário que desejava o trono de Israel, a libertação de Roma, o que na verdade Jesus estava propondo, e até hoje o faz é a libertação do pecado.

VI – A CRUCIFICAÇÃO

A Cruz

O principal instrumento de tortura até hoje conhecido, tal flagelo era imposto somente à homens extremamente cruéis e perversos, nenhum crime comum como roubo, estorções, adultérios, ou qualquer outro delito era imposto a cruz. Tal tortura gerava dores terríveis nas duas das essências do ser humano, alma (sentimentos, emoções) e física. Quando os romanos invadiram a Fenícia tomaram conhecimento dessa forma de tortura que se assemelhava com o método de empalamento dos Assírios, com a vantagem do torturado não morrer rapidamente como era o caso dos empalados.

a) SOFRIMENTO EMOCIONAL

Como a cruz era um instrumento de tortura e não de morte rápida, pois o crucificado ficava em alguns casos até 7 dias preso a ela, tinha tempo de sobra para refletir sobre sua vida, como o caso daquele zelote que foi crucificado com Cristo quando disse: nós sim merecemos estar aqui.... nas muitas horas de crucificação toda a vida do réu era repassada em seus pensamentos. Outra forma cruel de sofrimento emotivo dava-se pelo fato do crucificado estar nú, as zombarias eram ofensivas a personalidade cruel daquele homem que até então impunha medo nas pessoas, agora exposto, nú e indefeso recebia chacotas e menospreso de quem passava pelo local. Comum era o crucificado fazer suas necessidades fisiológicas, aumentava daí seu sofrimento emocional. O temor da morte que sem dúvida seria certa, a esperança de ser socorrido fazia com que a mente desses infelizes ficassem num verdadeiro turbilhão, acontecendo em alguns casos do crucificado ficar louco antes de morrer.

a) SOFRIMENTO FÍSICO

Como já dissemos não havia instrumento que causasse maior dor do que a cruz, pois o sistema demoníaco de tortura foi tão engenhosamente fabricado para que a dor viesse de várias e terríveis formas.

Os cravos. Pregos com até 25 cm, o suficiente para sustentar um corpo sobre o madeiro. Eram colocados na carne exatamente embaixo dos ossos, tanto dos braços (pulso) quanto dos pés, no tornozelo. Quando o crucificado depositava o peso do seu corpo nos braços os ossos entravam em contato com o cravo causando uma dor aguda como a raíz de um dente exposta. Quando não agüentava tal dor depositava-se o peso do corpo nos pés causando igualmente dor.

1. Asfixia. Quando as dores dos cravos se tornavam a tal ponto insuportável o martirizado soltava todo o peso do corpo nos braços, por esse fato os pulmões eram comprimidos gerando o sufocamento, em tais casos a morte vinha rapidamente por asfixia, porém na esperança de ser socorrido o martirizado novamente assumia seu flagelo sustentando o peso de seu corpo ou nos braços ou nas pernas.

2. Das condições climáticas. Pelo tempo passado na cruz havia os períodos climáticos como verdadeiros algozes. Durante o dia o calor excessivo causava queimaduras, e ensolação, durante a noite o frio cortava a pele queimada pelo sol.

3. Dos animais. Era comum as aves de rapina atacar o moribundo na cruz, o cheiro do sangue as atraiam as dezenas que normalmente não eram espantadas pelos romanos, eram devorados ainda vivos. Em alguns casos também escorpiões subiam na cruz atraídos pelo sangue e ferroavam a vítima.

4. Apedrejamento. Em alguns casos raros as vítimas do crucificado tinham autorização dos romanos para vez ou outra atirar uma pedra no crucificado como uma forma de participar da punição imposta ao malfeitor.

5. Fome e Sede. Para manter o crucificado vivo era-lhe dado vinagre, porém apenas molhavam sua boca, por não ingerir nem líquido e nem sólido as paredes do estômago começam a colar uma na outra trazendo também um acréscimo em seu sofrimento.

O Título da Cruz

Era costume romano uma vez pregada a vítima na cruz, colocar o motivo da sua condenação em uma tabuleta no alto da cruz. Com freqüência, o título era pendurado no pescoço do condenado; porém neste caso, evidentemente foi posto acima da cabeça de Nosso Senhor. Com relação ao título, o próprio Pilatos escreveu o motivo (Jo 19.22) Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.. João diz que esse título estava escrito em hebraico, grego e latim. o latim era a língua oficial falada pelos povos sob o domínio do império romano, era língua da lei. O hebraico era a língua da religião, e o grego a língua da cultura. De acordo com o Pr. Severino Pedro da Silva, em seu livro, (A Vida de Cristo; Cpad., pág. 109) o motivo deste titulo trílingue, foi a grande influência política com que estas três línguas tinham influenciado o mundo todo. Observemos, o relato apresentado pelo Pastor.

VII – A MORTE

RESUMO DA MORTE DE CRISTO.

Os romanos aplicavam a crucificação aos mais perigosos criminosos, aos escravos e aos revolucionários, pois se tratava de um fim desonroso. Normalmente a vítima durava cerca de três dias sentindo dores insuportáveis nas mãos e nos pés, causadas pelos cravos; sentia uma sede descomunal e morria por asfixia. Para os judeus a morte na cruz era sinal da maldição de Deus sobre o réu (Dt 21.22,23; Hb 13.12).

Ficando crucificado entre 3 a 6 horas em determinado momento exclama: esta consumado entregando Sua vida por redenção do homem, Jesus não foi assassinado, Ele se deu, se entregou voluntariamente, pois no momento que desejasse poderia sair da Cruz, não o fez por amor a nós.

O que prendia Jesus na cruz não eram os cravos, o que O prendia era o grande amor que sentia e sente por nós.

RESSURREIÇÃO

Sua Ressurreição. Contra a ressurreição de Cristo existem muitos argumentos, buscando contestar a realidade deste fato divino a fim de esvaziá-lo de importância e destruir a sustentação da fé cristã. Um dos mais absurdos afirma que Jesus não ressuscitou porque simplesmente não morreu. Ele teria sido sepultado em estado de coma e após três dias recobrou a consciência, levantou-se e abandonou o túmulo. A Bíblia demonstra a veracidade da morte de Cristo, ao término da sexta-feira, dia da crucificação, para que os corpos não fossem mantidos na cruz, Pilatos autorizou que quebrassem as pernas dos condenados crucificados, para que fossem abandonados agonizando e não pudessem fugir. Os dois malfeitores, que ladearam a cruz de Cristo, tiveram as pernas quebradas, mas Jesus estava morto e não lhe quebraram as pernas. Para certificar-se um soldado romano traspassou-o com uma lança e do Seu corpo jorrou água e sangue (Jo 19.31-36). Estava comprovada a morte de Jesus e cumprida a profecia: Nenhum de Seus ossos serão quebrados (Ex 19.46; Nm 9.12; Sl 34.20).

Todas as profecias ao seu respeito foram cumpridas, mesmo que haja inúmeras tentativas de desacreditar o evangelho e a pessoa de Cristo, seu nome, poder e amor continua sempre e sempre socorrendo o homem, e como Pedro falamos: PARA ONDE IREMOS NÓS... só Jesus tem as palavras de vida eterna, pois somente Ele é o caminho, a verdade e a vida.

E como Jesus disse:

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar.
E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. João 14.1-3

E antes de subir aos céus nos deixou a seguinte missão: Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.

Para nós é maravilhoso saber que nosso Mestre venceu a morte, e ao Terceiro dia ressurgiu dos mortos. Ele vive e reina para sempre. Aleluia!

À Ele, honra, glória e Louvores.

Fonte: Profº Dionísio P. Santos