CARACTERÍSTICAS DO MINISTRO
QUALIFICAÇÃO MINISTERIAL
É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar (1ª Tm. 3.2 - NVI).
É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar (1ª Tm. 3.2 – ARA).
O bispo deve ser um homem que ninguém possa culpar de nada. Deve ter somente uma esposa, ser moderado, prudente e simples. Deve estar disposto a hospedar pessoas na sua casa e ter capacidade para ensinar (1ª Tm 3.2 – NTLH).
Ministro da Seara do Senhor tem que ter em si as seguintes prerrogativas:
a) IRREPREENSÍVEL (1ª Tm. 3:2)
Um homem (ou mulher) irrepreensível é aquele cuja maneira de viver, reputação e atitudes, não pode sofrer qualquer reprovação. Paulo escolheu Timóteo para ser seu companheiro de viagem, porque “dele davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio” (At 16.2). Não havia necessidade de que ele mesmo dissesse quem era, nem de um punhado de certidões negativas, mas os irmãos testemunhavam de sua conduta. As fontes para informarem se o ministro é irrepreensível ou não, são: sua própria família, as famílias da Igreja, os moços e moças, os seus vizinhos, os comerciantes que lhe vendem o locador do imóvel onde mora ou morou, etc.
b) TEMPERANTE (1ª Tm 3.2)
Descreve-se aquele que é temperante ou vigilante como uma pessoa que é moderada nos seus apetites quanto à bebida, comida e sexo. O cristão amadurecido é temperante, tem um correto conhecimento da transitoriedade da vida e seus prazeres. O ministro temperante é visto como uma pessoa de fé. Assim o foram Abel, Noé, Abraão, os profetas e apóstolos que colocaram, pela fé, suas vidas no altar de Deus, e teve como de pouco valor o usufruírem os prazeres do mundo (Hb. 11.13).
c) SÓBRIO (1ª Tm 3.2)
O apostolo Pedro advertiu por várias vezes aos ministros da sua época, como também nos adverte em suas cartas, para a necessidade da vigilância e do autocontrole na vida do ministro, a fim de que este não venha a cair nas astutas ciladas do diabo, o qual vive em busca de uma oportunidade para destruir um ministro. Um pequeno deslize pode ser fatal; então Pedro diz:
Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para agir; estejam sóbrios (alertas) e coloquem toda a esperança na graça que lhes será dada quando Jesus Cristo for revelado... Estejam alerta e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar... O fim de todas as coisas está próximo. Portanto, sejam criteriosos e estejam alerta; dediquem-se à oração. (1ª Pedro 1.13;5.8;4.7)
Existem muitos outros versículos do novo testamento onde aparece a palavra “Sóbria” (Tito 1.8; 2.11,12; 1ª Ts. 5:6). “Sóbrio” é também diversamente traduzido por: sensato, cordato, prudente, alerta etc. Sóbrio é uma pessoa auto-controlada, moderada ou prudente em todos os aspectos de sua vida. Não se exalta, antes é humilde; não se precipita, antes é prudente, aguardando a bem-aventurada manifestação do Senhor Jesus Cristo.
d) ORDEIRO
Palavra também traduzida por honesto e modesto (1ª Tm 3.2). Alguns se prendem apenas ao significado superficial da palavra, que trata do comportamento ordeiro ou modo de vestir. Entretanto, originalmente, o escritor determina que ministro deve cumprir seus deveres e ordenar sua vida interior, da qual surge o comportamento exterior. O servo de Deus deve primeiro tratar de seus conflitos interiores, suas frustrações e ressentimentos, eliminado-os. Caso contrário, sua aparência exterior não passará de uma máscara.
Ordenando sua vida interior, o homem de Deus passa a ter um comportamento exemplar nos negócios.
O apostolo Paulo ao escrever a respeito da postura dos ministros à Igreja na Tessalônica, ele disse:
Esforcem-se para ter uma vida tranqüila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos; a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém. (1ª Ts. 4:11-12)
Semelhantemente ele escreveu para os Colossenses 3.23,24; e sobre o comportamento do ministro perante a sociedade, Paulo diz:
“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus. Não vos torneis causa de tropeço nem a judeus, nem a gregos, nem a igreja de Deus; assim como também eu em tudo procuro agradar a todos, não buscando o meu próprio proveito, mas o de muitos, para que sejam salvos. Andai em sabedoria para com os que estão de fora, usando bem cada oportunidade. A vossa palavra seja sempre com graça, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um.” (1ª Co. 10:31-33; Cl. 4.5,6; 1ª Pe. 2.12-15)
O ministro tem que Ter um comportamento exemplar não só para com os que estão de fora, mas em todos os lugares, principalmente dentro da Igreja:
“Somente portai-vos, dum modo digno do evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que permaneceis firmes num só espírito, combatendo juntamente com uma só alma pela fé do evangelho; completai o meu gozo, para que tenhais o mesmo modo de pensar, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, pensando a mesma coisa; nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo; não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus; Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua.”( Filipenses 1.27, 2.3-5; Romanos 14.19)
e) NÃO ARROGANTE:
“Pois é necessário que o ministro seja irrepreensível, como despenseiro de Deus, não soberbo, nem irascível, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância.” (Tt 1.7)
O arrogante é obstinado em sua própria opinião, teimoso, recusa-se a obedecer a outras pessoas, mesmo havendo evidências de que está errado, mantém obstinadamente sua própria opinião e não aceita ponderações e conselhos de outras pessoas. O arrogante procura sempre seus próprios interesses e direitos e não leva em consideração os direitos, sentimentos e interesses de outras pessoas. Nunca se deveria separar para o ministério alguém que demonstre essa terrível qualidade negativa. O ministro não pode ser arrogante, ele tem que saber ouvir, reconhecer quando estiver errado, saber obedecer para saber liderar.
f) NÃO IRASCÍVEL (Tt 1.7)
O servo de Deus não pode ser propenso à ira, porque aquele que se ira com facilidade demonstra desequilíbrio, insegurança. A Bíblia considera toda ira como pecado. Poderá haver momentos em que será preferível irar-se. A ira se constitui em pecado quando se prolonga e gera ressentimentos e desejos de vingança. Neste caso, é uma porta aberta para o Diabo operar:
“Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira; nem deis lugar ao Diabo.” (Ef. 4.26,27; Rm. 12.19)
As recomendações da palavra do Senhor contra o iracundo e contra a ira são inúmeras: Provérbios 22.24;25;19.19; 20.2; Eclesiastes 7.9.
Ao servo do Senhor, portanto não fica bem a ira, uma vez que lhe tira a condição de liderar, de aconselhar, e ainda mais, se a ira se transformar em ressentimento, em sede de vingança:
“a ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas dignas, perante todos os homens. Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor. Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” ( Rm 12.17-21.)
g) NÃO VIOLENTO (Tt 1.7)
Normalmente, a ira gera a violência. A violência, portanto, é, na realidade, a ira fora de controle. Não meramente no aspecto verbal, mas também fisicamente.
A Bíblia Viva diz que o ministro não deve ser valentão, isto é, dado a brigas no aspecto físico. É interessante notar que tanto em 1ª Timóteo 3.3, como em Tito 1.7, a recomendação “não violento” vem depois de não dado ao vinho. Ora, todos sabemos que as brigas e contendas mais freqüentes são causadas pelo uso de bebidas alcoólicas.
Compreendemos a preocupação de Paulo, nos dois textos, quando lemos 1 Coríntios 6.9 -11. Onde ele revela de onde foi tirada a Igreja:
“Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.”
Logo, a recomendação é pertinente e adverte para que não haja qualquer volta ao estado passado.
Não importa nossa origem, de onde saímos. O importante é que o servo de Deus dever ter a graça dEle, para manter-se tranqüilo diante de situações de provocações, de dificuldades e angústias:
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição. E a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos.” (Cl 3.12-15.)
Deve-se entender que esta qualidade de ser não-violento é válida para todos os aspectos da vida cristã, isto é, na Igreja, no trabalho secular e no lar. Muitos, às vezes, são calmos na Igreja porém, são valentões em casa, espancando os filhos, e até mesmo a esposa.
h) INIMIGO DE CONTENDA (1ª Tm 3.3)
Uma pessoa contenciosa se opõe aos outros, compete, debate, busca sempre que as suas idéias prevaleçam. Não aceita as idéias de outras e até mesmo fica ressentido quando outras pessoas tem idéias melhores que a sua.
O contendedor é uma pessoa perigosa, porque desagrega o grupo e é rancoroso e invejoso. Busca só os seus interesses, quer ser sempre o primeiro, ou o líder. Por isso, o apostolo Paulo recomenda ao seu discípulo Timóteo, viver como um verdadeiro servo de Deus; ele diz:
“E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente; corrigindo com mansidão os que resistem...” (2ª Tm 2.24) veja também Rm. 12.16,18;14.19; Ef 4: 1-3.
i) CORDATO ( 1ª Tm 3.3)
Uma pessoa cordata é o oposto do irascível, do contendedor e do violento.
Busca sempre a paz e a unidade do grupo de que participa. É gentil e trata a todos com igualdade.
O servo do Senhor que participa normalmente de um grupo de ministros, de líderes, de cooperadores, deve, portanto, ser cordato, para conquistar o respeito dos seus pares, e a coesão do grupo no qual está integrado.
j) JUSTO (Tito 1.8)
O ministro enfrenta quase que diariamente situações ou questões adversas que o obrigam a ter de julgar ou tomar uma decisão.
Paulo recomenda que o servo de Deus seja justo, isto é, não seja parcial. Não julgue pela aparência. É evidente que a prática da justiça exige sabedoria de Deus. Só aqueles que a tem, sabem discernir entre o certo e o errado, o justo e o injusto. Tomamos por exemplo típico a Salomão ao julgar a causa de duas mulheres (1º Rs 3:25).
Justo se entende, também, como uma pessoa íntegra. Foi uma das qualidades que o Senhor mostrou para satanás que havia em Jó:
“Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?” (Jó 1:8)
O ministro tem que ser justo, pois a todo tempo satanás estará tentando-o para encontrar uma brecha para o acusar diante de Deus; pois essa é a sua função. Apocalipse 12:10,11.
k) PIEDOSO : (Tito 1.8)
Em sentido prático, o ministro deve ser justo em relação ao seu semelhante, e piedoso em relação ao seu Senhor.
Piedoso no caráter, significa ser santo.
É a santidade progressiva que mostra que o servo de Deus está no processo de se tornar semelhante ao Senhor Jesus Cristo, em sua vida e comportamento diários.
“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.” Efésios 4.1; Hebreus 7.26.
A vida de oração e consagração levará o homem de Deus a desenvolver seu padrão de vida normal, de santidade e integridade, em direção ao padrão divino. Não será fácil! Pois o inimigo fará constante oposição. Porém, o ministro deve manter-se firme em seu propósito para o qual foi chamado. Mas vale a pena, pois os homens piedosos são poderosos em palavras e atitudes.
“E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” 2 Tm 3.12.
ATITUDES DO MINISTRO NO DESEMPENHO DE SEU MINISTÉRIO
Além das qualificações especificadas no item anterior, e que entendemos serem próprias e inseparáveis do caráter do homem espiritual, queremos listar também, algumas atitudes que devem ser inerentes, ligadas ao ministro no desempenho de seu ministério diante da Igreja do Senhor.
São qualificações que se evidenciam no relacionamento, por exemplo, do pastor com os membros da Igreja. Estas qualificações afetam sobremodo o andamento da obra de Deus. Os crentes são estimulados pelos ministros que demonstram atitudes coerentes e exemplares, como descrevemos a seguir.
a) VOLUNTARIAMENTE OU VOLUNTARIEDADE
“Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho.” ( 1ª Pe. 5.2,3 )
No texto acima, o apóstolo fala de quatro atitudes que o ministro deve ter ao desempenhar seu ministério.
A primeira é a voluntariedade ou espontaneidade. O verdadeiro ministro demonstra sempre ser um soldado voluntário, que trabalha porque ama ao seu Senhor. É como se fosse dos seus lábios esta canção: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.” (Sl. 40:8).
Assim se apresentou Isaías para o ministério: “Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Isaías 6:8). Este foi o conselho do velho Davi ao seu jovem filho Salomão: “E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o com coração perfeito e espírito voluntário; porque o Senhor esquadrinha todos os corações, e penetra todos os desígnios e pensamentos. Se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre.” (1º Cr. 28:9).
Anunciar o Evangelho de boa vontade, voluntariamente e com amor - este era o sentimento do apostolo Paulo pela Igreja do Senhor Jesus: “Assim nós, sendo-vos tão afeiçoados, de boa vontade desejávamos comunicar-vos não somente o evangelho de Deus, mas ainda as nossas próprias almas; porquanto vos tornastes muito amados de nós.” (1ª Ts 2: 8).
As árduas tarefas ministeriais que são: o sofrer injustiça, a falta de reconhecimento dos crentes, longos períodos sem qualquer descanso, podem levar o ministro a um espírito amargurado e a demonstrar estar trabalhando por obrigação. Então é hora de parar e renovar as forças físicas e mentais (com descanso mesmo!!) e as forças espirituais nos pés do Senhor.
b) NÃO AVARENTO
O evangelho sofre atualmente grande desgaste no seio da sociedade por causa dos “mercenários”. Homens que fazem do ministério fonte de enriquecimento - verdadeiro comércio.
O Senhor Jesus disse que, o ministro avarento é um mercenário, que não tem amor pelas ovelhas e sim, pelo dinheiro, por isso no momento de dificuldade ele abandona o rebanho e foge, porque não se importa com as ovelhas, mas com os lucros. O verdadeiro ministro deve dar a sua vida pelas ovelhas do Senhor Jesus:
“Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o que é mercenário, e não pastor, de quem não são as ovelhas, vendo vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e dispersa. Ora, o mercenário foge porque é mercenário, e não se importa com as ovelhas. (João 10:11-14).
A avareza pode levar o servo de Deus a destruir seu ministério, pois se transforma num sentimento maligno, capaz de apagar os mais nobres anseios do espírito:
“O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa; mas o que aborrece a peita viverá. Quem ama o dinheiro não se fartará de dinheiro; nem o que ama a riqueza se fartará do ganho; também isso é vaidade. Como a perdiz que ajunta filhotes que não são do seu ninho, assim é aquele que ajunta riquezas, mas não retamente; no meio de seus dias as deixará, e no seu fim se mostrará insensato. “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.” (Pv. 15.27; Ec. 5.10; Jr. 17.11; 1 Tm. 6.10).
Eis o que a avareza pode fazer: faz com o homem deixe-se levar pela cobiça, atraindo assim, o mal para sua vida e para os que o cercam. Um bom exemplo disso, foi Acã ; que dominado pela cobiça apanhou o que era ilícito, mesmo sabendo que se tornaria maligno e levou o Exército de Israel a fugir do inimigo e sofrer derrota (Josué. 7: 4-21).
A avareza pode fazer com que homens que foram chamados para fazer a vontade de Deus, venham ser atraídos pelo ganho fácil e com isso, vendem-se ao inimigo. Outro exemplo foi Balaão, que ao invés de ser um instrumento usado por Deus, foi capaz de dar perverso conselho para ter os prêmios de Balaque. ( Nm 31.15-16; 22.5; 23.8; 2 Pd 2.15; Jd 11; Ap 2.14). Judas Iscariótes traiu o Mestre por causa de trinta moedas de prata. (Mt 26.14-16).
O ministro, portanto deve ter cuidado para não se deixar dominar pelo sentimento da avareza.
Aqueles que buscam por altos salários, podem sair facilmente do plano de Deus e, conseqüentemente ver “seu ministério” naufragar.
O ministro deve estar acima de qualquer suspeita, ele não deve aceitar subornos para compactuar com o erros.
Quando o ministro começa aceitar muitas ofertas, principalmente de pessoas insubordinadas, ele pode correr o risco de ser desmoralizado perante os seus liderados, pois no momento em que for necessário o líder usar da sua autoridade para disciplinar alguém, além dele ficar constrangido em punir aqueles que lhe fazem gentilezas, o insubordinado pode lançar em seu rosto que o ajudou com as suas ofertas.
O homem de Deus não pode ser seduzido por ofertas generosas ou pelos dízimos altos, ele tem que seguir o exemplo de homens como: Moisés - que estava isento de qualquer acusação dos inimigos, pois ele não tinha aceitado nem uma oferta dos rebeldes. Na hora de puni-los, Moisés não hesitou. A terra se abriu e tragou todos os rebeldes que haviam se levantado contra ele (Nm 16.15). Ou como Samuel – que foi Juiz de Israel por muitos anos e na hora de renunciar o seu cargo por pressão de um povo duro de coração que queria um rei, ele pode lançar em rosto de todos eles, que ele estava saindo de cabeça erguida e com as suas mãos limpas, embora triste pela péssima decisão do povo em pedir um rei:
“Então disse Samuel a todo o Israel: Eis que vos dei ouvidos em tudo quanto me dissestes, e constituí sobre vós um rei. Agora, eis que o rei vai adiante de vós; quanto a mim, já sou velho e encanecido, e meus filhos estão convosco: eu tenho andado adiante de vós desde a minha mocidade até o dia de hoje.
Eis-me aqui! testificai contra mim perante o Senhor, e perante o seu ungido. De quem tomei o boi? ou de quem tomei o jumento? ou a quem defraudei? ou a quem tenho oprimido? ou da mão de quem tenho recebido peita para encobrir com ela os meus olhos? E eu vo-lo restituirei. Responderam eles: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma da mão de ninguém. Ele lhes disse: O Senhor é testemunha contra vós, e o seu ungido é hoje testemunha de que nada tendes achado na minha mão. Ao que respondeu o povo: Ele é testemunha.” (Sm 12:1-5). Veja também Atos 20.33; Tiago 5.3.
c) NÃO DOMINADOR
O ministro (líder) não é um ditador, nem dono da Igreja.
O lider é um servo, e como tal deve liderar o rebanho de Deus. O ensino básico sobre o governo da igreja foi dado pelo Mestre:
“Jesus, pois, chamou-os para junto de si e lhes disse: Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridades sobre eles. Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo; assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20.25-28; Marcos 10.42-45)
Basta obedecermos a estes princípios fundamentais. Nos primórdios da Igreja o apóstolo João censura um certo Diótrefes de ter se transformado num ditador na Igreja, porque queria exercer a primazia entre seus conservos: “Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de ter entre eles a primazia, não nos recebe. Pelo que, se eu aí for, trarei à memória as obras que ele faz, proferindo contra nós palavras maliciosas; e, não contente com isto, ele não somente deixa de receber os irmãos, mas aos que os querem receber ele proíbe de o fazerem e ainda os exclui da igreja. Amado, não imites o mal, mas o bem. Quem faz o bem é de Deus; mas quem faz o mal não tem visto a Deus.” (3º João: 9-11).
É interessante notar que nos versículos 9 e 10, João fala do comportamento deste Diótrefes, e no verso 11, recomenda não imitarmos o que é mal, somente o que é bom. A Igreja perde substância e força na sua missão quando é governada de forma arbitrária ou politicamente. A Igreja dever ser dirigida na orientação do Espírito, por homens submissos e tementes a Deus.
d) MODELO DO REBANHO
O ministro (líder) é o exemplo ou modelo do rebanho em tudo:
Como o filho, como esposo, como pai, como aquele que compra ou que vende, na sua maneira de falar, de decidir, de se vestir etc. Em tudo os crentes o observarão.
Numa empresa o líder manda e os liderados obedecem, mas na Igreja é diferente: o líder faz e os liderados seguem o seu exemplo; feliz aquele que puder afirmar: “sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11:1).
Paulo e seus companheiros não tinham medo ou receio de se indicarem como exemplo, para os irmãos. (Fp.3.17; 2 Ts 3.0; 1 Tm 1.16). E a sua recomendação a Timóteo e a Tito era se tornarem modelo para o rebanho de Deus (1 Tm 4.12; Tt 2.7). Portanto o pastor ou o líder, não têm como escaparem, eles são os modelos, o exemplo para os seus liderados, ministros ou membros. “QUE DEUS NOS AJUDE A CUMPRIRMOS TÃO ESPINHOSA MISSÃO”.
CAPÍTULO – II - A PREPARAÇÃO DO MINISTRO
a) A NECESSIDADE DA PREPARAÇÃO
É indispensável que o ministro tenha adequada preparação para desempenhar com êxito seu ministério.
É evidente que a preparação ministerial tem variado com a época, circunstâncias e o lugar. Porém, todos os servos de Deus que escreveram páginas da história da Igreja foram homens preparados adequadamente. Entendemos que a preparação para o exercício ministerial compreende pelo menos três aspectos: o Espírito Santo disse através de Paulo, que o ministro “não seja neófito”, para que não se ensoberbeça, e incorra na condenação do Diabo.” (1ª Tm 3:6). Originalmente, “neófito” significa recém-plantado, novo convertido, inexperiente. A Bíblia viva assim traduz 1ª Timóteo 3:6 “O pastor não deve ser novato pois poderia ficar orgulhoso de ter sido escolhido tão depressa, e o orgulho vem da queda, a saber; a queda de Satanás é um exemplo”. A experiência não se aprende na escola teológica ou secular. Aprende-se na escola da vida. Assim, compreendemos porque alguns servos de Deus passaram por muitos sofrimentos.
JOSÉ – Para exercer com dignidade e pleno êxito o cargo de primeiro ministro do Egito experimentou a angústia da traição de seus próprios irmãos e a solidão do cárcere. Essas duras experiências o prepararam para o seu ministério.
MOISÉS – Quanta diferença vemos no Moisés recém saído do palácio, afoito e imprudente, que até cometeu um homicídio, e o Moisés 40 anos depois, no deserto. No palácio ele só viu a política, os conchavos, as pressões, a arrogância dos poderosos. No deserto ele teve tempo para meditar na grandeza e no poder do Criador.
OS APÓSTOLOS – Passaram três anos servindo e obedecendo ao Senhor e o seguindo. Poderia haver melhor experiência?
PAULO – Recolheu-se dez anos em Tarso, sua cidade natal, para melhor compreender sua nova fé.
PROFETAS – Que diríamos dos demais profetas e ministros de Deus? Todos tiveram tempos e oportunidades de passarem por longas experiências pessoais, para se conhecerem a si mesmo, em suas fraquezas e limitações; para conhecerem os homens que os rodeavam, com seus pecados, fracassos, necessidades, falsidades e maldades; para conhecerem o Senhor seu Deus, com seu Poder, Amor e Verdade.
ISAIAS – em sua visão, narra no capítulo 6.1-8 do seu livro, que contemplou o Senhor em sua glória e majestade, que nessa ocasião, conheceu-se a si mesmo como um pecador e viu seu povo completamente desviado. Concluindo, a experiência pessoal, leva o servo de Deus a se conhecer, conhecer os homens e conhecer o seu Senhor (Jr. 17.5; Pv 28.26; Sl 20.7; 1Cr 28.9).
O ministério é coisa muito séria, por isso a primeira condição para exercê-lo é que o candidato não seja um neófito ou inexperiente. A inexperiência tem conduzido muitos à soberba (1 Tm 6.4) e à presunção: “Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altivas mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios aos vossos olhos. Se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber. (Provérbios. 3:7; Romanos 12.16 e 1º Coríntios 8:2).
b) A FORMAÇÃO TEOLÓGICA
“Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como ministro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2º Timóteo 2:15).
Muitos continuam a dizer que a formação teológica é plenamente dispensável, e para comprovar suas afirmações, apontam para o fato de que os apóstolos não freqüentaram nenhuma escola teológica. No entanto essas afirmações, são no mínimo ingênuas, pois jamais houve outra escola tão extraordinária e tão importante, quanto a escola que freqüentaram os apóstolos. O professor foi o próprio SENHOR JESUS CRISTO, que não somente os ensinou a interpretar o Antigo Testamento, mas também, com a prática, mostrou-lhes o que seria o ministério deles após sua morte e ressurreição. Todavia, independente do método ou do modo, o que se deve ter em mente, é que o ministro cristão deve ser preparado adequadamente no conhecimento teológico ( 1 Tm 4.13; 1 Pd 1.10).
O conhecimento de Paulo ia além da teologia do Antigo Testamento. A formação teológica deve incluir, além da teologia sistemática, conhecimento de hermenêutica e exegese, história e geografia bíblica, homilética, ética cristã, etc.
c) FORMAÇÃO CULTURAL
A dinâmica social, está cada vez mais exigindo que os profissionais, das mais diferentes áreas do conhecimento humano, se preparem bem culturalmente. Por outro lado, as igrejas estão cada vez mais atingindo pessoas das diferentes classes sociais. Portanto, o ministro do Senhor Jesus Cristo não deve ser uma pessoa culturalmente atrasada; a comunicação eficiente da palavra de Deus exige bons conhecimentos da língua pátria e da atualidade.
Criar objeções contra a cultura, citando textos tais como:
“porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a sabedoria o entendimento dos entendidos. Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o questionador deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que crêem. Na verdade, entre os perfeitos falamos sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão sendo reduzidos a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo compreendeu; porque se a tivessem compreendido, não teriam crucificado o Senhor da glória.” 1º Coríntios 1:19-21; 2.6-8
Ou:
“Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e as oposições da falsamente chamada ciência; a qual professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja convosco.” Colossenses 2:8 e 1º Timóteo 6.20,21
Isto é desconhecer o verdadeiro sentido dessas passagens, pois elas não condenam o valor da ciência, mas a sua má aplicação e o antagonismo criado contra Deus e a sua palavra. A formação cultural não depende da conquista de um título de advogado, economista, sociólogo, etc. Muitas pessoas com um ou mais títulos de bacharelado são culturalmente retrógradas e poucos versáteis. É interessante que o ministro que almeja a carreira Eclesiástica e que pensa no futuro vir a dirigir uma Igreja, é bom que ele tenha algum conhecimento geral e noções de ciências sociais, tais como, sociologia, antropologia, psicologia social, etc. ..., pois embora não seja isto essencial, poderá ajudá-lo. Entretanto, convém ressaltar que a cultura secular apenas o ajudará na comunicação da palavra e no diálogo.Na sua preparação teológica cultural é indispensável que o ministro (dirigente):
1.º - Tenha seu gabinete para oração, estudo e meditação, por mais modesto que seja este lugar; o importante é que seja um local silencioso e livre das constantes interrupções do telefone e das visitas.
2.º - Organize sua biblioteca própria com bons e selecionados livros de estudos e leituras.
3.º - E o que é mais importante: crie o hábito e ter seu tempo separado para oração, estudo e meditação. Alguns ministros gastam seu tempo todo no atendimento das inúmeras atividades pastorais e administrativas, e não se dão por satisfeitos. Porém esquecem-se do que diz o Senhor: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagens.” (João 10:9). Precisamos “entrar e sair” constantemente na presença do Senhor.
Uma das armas mais ofensivas e eficazes que Satanás tem usado contra a Igreja do Senhor Jesus é desviar os ministros de suas reais prioridades, envolvendo-os com coisas seculares e secundárias, ou fazendo-os inverter a ordem das prioridades.
É preciso estudar com atenção este assunto, porque muitas vezes os nossos hábitos adquiridos, e arraigados durante anos, nos impedem de aceitar uma revisão de prioridades para o nosso ministério. Preferimos continuar nos mesmos hábitos, no mesmo estilo de vida, embora a palavra de Deus diga o contrário.
Dividiremos as prioridades em dois aspectos, mas, sem dúvida nenhuma, essa não é a única maneira de estudá-las.
CAPÍTULO – III – CARACTERÍSTICAS PESSOAIS DO MINISTRO
a) O MINISTRO E A SUA VIDA COM DEUS.
A primeira tentativa de desvirtuar os apóstolos de suas reais prioridades deu-se nos primórdios da Igreja (At 6.1-7). Nota-se que o motivo apresentado foi justo. Os helenistas achavam que suas viúvas estavam sendo preteridas, desprezadas na distribuição diária de alimentos, então foram aos apóstolos e exigiram uma solução para o caso. É possível que na maneira de pensar deles, estivesse a idéia de que os apóstolos bem que poderiam presidir a esse trabalho. Os apóstolos, porém, não abriram mão de suas prioridades: “nós nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6.4). Imediatamente outros irmãos foram designados para o trabalho das mesas.
O versículo acima citado destaca as duas grandes prioridades do ministro: a pessoal e a ministerial.
A pessoal é o seu relacionamento com Deus, “nós nos consagraremos na oração”. Ao tomarem esta decisão, estavam seguindo o exemplo do Mestre, que, embora sendo Senhor e Mestre, separaram parte das horas do dia, as mais privilegiadas, para dedicarem-se à comunhão plena com o pai: “De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava. E, tendo-a despedido, foi ao monte para orar. Chegada a tardinha, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra. ( Marcos 1:35 e 6:46,47). Veja Lucas 5.15,16.12; 9.28,29; e Mateus 14.23.
Na relação ministro-Deus-ministro, está oração, a meditação na palavra, a reflexão no trabalho desenvolvido. Sem esta estreita relação, não existe consistência no ministério, pois devemos entender que:
Jesus é o Senhor e o ministro um servo: “Vós me chamais Mestre e Senhor; e dizeis bem, porque eu o sou. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (João 13.13; Filipenses 2:9-11)
Do Senhor, depende o ministro em tudo: “Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15.5), “ não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,,” 2 Coríntios 3:5).
A Igreja é dele (JESUS) e para ele (Ef 1.22,23; C1 1.18).
c) O MINISTRO E A SUA VIDA CONJUGAL
No casamento, duas pessoas de sexo oposto se unem de tal forma que as Escrituras dizem: “Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne.” (Gn 2.23,24; Mt 19:4-6; Ef 5.29-31).
Lendo os textos citados, convencemo-nos de que não existe união mais profunda e mais séria do que o casamento. A esposa, portanto, é a companheira inseparável do ministro. Ninguém mais conhece tão profundamente os propósitos, a sinceridade, o sofrimento, as alegrias do servo de Deus, do que sua própria esposa. Por esse motivo, a segunda prioridade do ministro é sua esposa, a quem ele deve dar amor, tempo e atenção, com o objetivo de que essa união não seja uma farsa. É impossível que o ministro tenha uma perfeita comunhão com Deus, se a sua vida conjugal é um desastre. É preciso reconhecer que, ao nos levantarmos para pregar, diante de nós temos uma testemunha em carne e osso de todos os nossos atos, por mais íntimos que sejam. Nosso ensino e conselhos também são para ela, caso nos tenha como homens de Deus.
c) O MINISTRO E A SUA VIDA COM A FAMÍLIA:
“que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)” (1 Tm 3.4).
A terceira prioridade do ministro é sua própria família, que inclui esposa e filhos. O apóstolo Paulo diz que o ministro deve governar a sua própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito; no versículo seguinte, inclusive, ele diz que aquele que não governar a sua casa esta desqualificado para o ministério (leia com atenção o texto). É indispensável que o ministro não esqueça seus deveres para com sua família.
• Com relação à sua esposa, ele deve: respeitá-la (1 Pd 3.7), amá-la (Ef 5.25; Cl 3.19); ser fiel a esposa ( Hb 13.4; Ml 2.14,15);
• Com os filhos: amá-los (Tt 2.4): levá-los a Cristo (Mt 19.13,14): instruí-los na palavra de Deus (Dt 4.9;6:6,7; Pv 22.6); não provocá-los (Ef 6.4: Cl 3 vs. 21); prover para eles (2ª Co 12.14; 1ª Tm 5.8); corrigi-los (Pv 13.24; 19.18; Hb 12.7)
Portanto, é de suma importância que o ministro cuide de sua família, dando-lhes amor, tempo, instrução e correção. Em tudo seja um exemplo, não se esquecendo que sua família é uma prioridade sua, e que não pode delegar essa função e responsabilidade apenas à sua esposa.
PRIORIDADES NO MINISTÉRIO
Em virtude das múltiplas atividades que o ministro (líder, pastor etc.) tem acumulado nos últimos dias com a renovação das Igrejas evangélicas e seu conseqüente crescimento, a verdadeira prioridade do ministro tem sido ofuscada, e até mesmo esquecida em algumas igrejas. A situação é tão grave que muitos confundem a função de pastor com a de conselheiro, assistente social, administrador, mestre-de-obras, eletricista, arquiteto, artesão etc. Todavia, Pedro e os demais apóstolos foram decisivos ao responderem à comunidade dos irmãos: “nós nos consagraremos a oração e ao ministério da Palavra”(Atos 6:4). Seja apóstolo, profeta, evangelista, pastor ou mestre, é o ministério destes é a Palavra.
Um pastor deve ser conhecido como um pregador, um homem da palavra. Nenhuma outra destinação lhe é tão adequada. Seu alvo é simplesmente levar os crentes que Deus lhe deu à maturidade, pelo ministério da Palavra.
Os pastores não deveriam cair na armadilha de que o sucesso de seu ministério deve ser baseado na quantidade de membros que tem sua igreja ou no tamanho do templo. Pois, não é esse propósito de Deus ao dar ministros (apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres) à Igreja. Basta lermos com muita atenção o texto básico: “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo.” (Efésios 4:11,12).
O texto diz claramente e enfaticamente que o propósito de Deus, ao conceder os ministros à Igreja, é que esses promovam o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho dos seus serviços de acordo com o dom ou a capacidade dada por Deus para glorificar a Deus e promover a edificação de todo o corpo de CRISTO – a Igreja.
Este propósito está implícito na ordem do SENHOR JESUS CRISTO registrada em Mateus 28.19,20. Fazer discípulos, subtende-se um exercício de treinamento e orientação, de forma que o crente seja firme, consciente e plenamente instruído na plenitude da mensagem das Escrituras.
Os apóstolos não perderam de vista o propósito de aperfeiçoar os santos dentro dos objetivos declarados em Ef 4.11-16. Paulo diz que a palavra de Deus é suficiente para tornar o homem de Deus perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra (2 Tm 3.17), e que ele trabalhava com todo o empenho dentro desse objetivo. Ver Cl. 1.28, ao mesmo tempo determina a Timóteo que ministre a palavra em todo o tempo (2 Tm 4. Vs. 1.2).
O ensino das Escrituras deveria se constituir na prioridade máxima do ministério de seu discípulo Timóteo (1 Tm 4.6, 11-13; 2 Tm 2.2), portanto, através do ministério da palavra, os pastores promovem o aperfeiçoamento dos santos com dois objetivos: 1.º) desempenho do seu serviço e 2.º) edificação do corpo de Cristo.
a) DESEMPENHO DO SEU SERVIÇO
Deus capacita a cada crente com dons, dentro de uma diversidade extraordinária, conforme descreve o apóstolo Paulo em Romanos 12.3-8 e 1ª Co. 12.
Ao pastor, cabe a tarefa de cooperar com Deus na preparação particular de cada crente, para que este desempenhe com equilíbrio, firmeza e alegria o seu ministério no corpo de Cristo. Assim, uns serão líderes de grupos familiares, outros, socorros, outros serão usados com dons espirituais, outros, participarão do ministério da música, e assim por diante.
b) EDIFICAÇÃO DO CORPO DE CRISTO
No desempenho de seu ministério específico, os santos também promovem a edificação da Igreja. Seja ajudando um ao outro ou ministrando conforme seu dom. Ao pastor cabe, como acima foi dito, em primeiro lugar, o aperfeiçoamento dos santos, e em segundo lugar coordenar as múltiplas atividades da Igreja, delegando, quando necessário, incentivando, e cobrando resultados.
Um dos recursos utilizados pelos líderes atuais é a criação de uma Equipe de Ministério, ou seja, a responsabilidade que antes cabia somente ao pastor local, agora é repartida com líderes (selecionados e de extrema confiança do pastor). Ou seja, estes líderes serão responsáveis por ministérios dentro da igreja, por exemplo, o Líder do Ministério de Artes, é o responsável por líderes de departamentos, tais como: Líder de Música, Líder de Teatro, Líder da Dança, Líder do Sonoplastia e Iluminação etc, com isto o pastor, ao invés de se envolver com inúmeros líderes, se envolverá apenas com um pequeno grupo e estes com outros, deixando, assim, o pastor com mais liberdade para se consagrar à oração e à Palavra.
CAPÍTULO – IV – PERIGOS NO CAMINHO DO MINISTRO
Não são poucos os perigos pelos quais passa o ministro diariamente. Em virtude da elevada posição que ocupa e das responsabilidades inerentes à sua função, quando o inimigo consegue derrotá-lo, atinge inevitavelmente muitas outras pessoas, dentro e fora da Igreja.
Os escândalos tem terrivelmente trazido suas conseqüências para a Igreja. Por isso todo cuidado é pouco, e devemos dar toda atenção à recomendação da Palavra de Deus: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina”. (1ª Tm 4:16a).
Tentaremos abordar alguns desses perigos, identificando imediatamente algumas providências que o servo de Deus deve tomar para evitá-los.
ACOMODAÇÃO
“Não negligencies o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbítero. Ocupa-te destas coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que o teu progresso seja manifesto a todos.” (1 Timóteo 4.14,15).
Ministros com a mesma mensagem de sempre (o texto muda, mas a mensagem é sempre a mesma), sem iniciativa na obra de Deus, que dizem estar sempre esperando a revelação dele, são ministros acomodados. O apóstolo Paulo retrata o ministro cristão com duas figuras muito significantes: o soldado e o atleta (2 Tm 2.3-5; 1 Co 9.25-27) e, tanto o soldado quanto o atleta se distinguem pela constante atividade, iniciativa, espírito de luta, e principalmente, por perseguirem com persistência alvos certos. O ministro acomodado, sem ânimo e preguiçoso, não oferece nenhum perigo ao Diabo, pelo contrário, pode se tornar presa fácil para suas astutas ciladas.
COMO VENCER: O meio de vencer a acomodação é a autodisciplina, isto é, o pastor deve cultivar a sua própria saúde pastoral, para poder fazer com alegria a obra do Senhor. Em 1ª Timóteo 4.6-12, encontramos os passos da autodisciplina.
- Alimentar-se com a palavra da fé (v 6)
- Alimentar-se com a boa doutrina (v 6)
- Abster-se das fábulas profanas (v 7a)
- Exercitar-se na piedade (v 7b)
PROFISSIONALISMO
O pastor (ministro) deve ter vida devocional particular de oração e leitura das Escrituras, para satisfazer suas próprias necessidades espirituais. Rejeitar as polêmicas sobre coisas fúteis e exercitar-se na piedade, é necessário.
Muitos pastores me têm confidenciado que se sentem constrangidos quando são obrigados a preencher fichas de cadastro onde consta profissão. Esses amados irmãos estão cheios de razão, pois o ministério não é profissão. O ministério, como já foi dito, é uma vocação divina. Todavia o ministro pode tornar-se inadvertidamente um profissional do evangelho. O ministro profissional é aquele que realiza a obra de Deus por dinheiro e de modo mecânico, às vezes porque não tem outro que o faça. Muitos não tocam ou pregam sem saber qual o valor da oferta (neste caso, já não é mais oferta, é contrato). Isto também é profissionalismo.
COMO VENCER: basta ler o capítulo 20 do livro de Atos dos Apóstolos para cientificar-se do verdadeiro padrão do ministro. A força que motiva Paulo a servir à Igreja era o amor. Amor que demonstrava de várias maneiras.
a) Amor pela profunda afeição existente entre ele e os irmãos, de modo recíproco (At 20.1,36-38). Paulo servia porque amava os irmãos, e, para servi-los sem lhes ser pesado, trabalhava com as próprias mãos para seu sustento; na afeição entre Paulo e os irmãos, vista nos versículos 36 à 38 e várias outras passagens de Atos, constata-se que Paulo, o grande apóstolo, não era intocável; hoje há ministros que são intocáveis, se isolam do povo. Cuidado!!
b) Amor demonstrado pelo espírito liberal. Paulo passava pela Macedônia (At 20.1; 1 Co 16.1-4) para recolher uma oferta para os pobres de Jerusalém, quando lemos os textos que tratam da coleta que Paulo encarregou-se de fazer em favor dos pobres da Igreja em Jerusalém, podemos sentir o amor com que exercia este serviço. Paulo sabia dar, assim como sabia receber (At 20.24,33,35; Fp 4.10-20).
c) Amor demonstrado pela disponibilidade para o ministério. Paulo não tinha gabinete, nem horário para servir aos irmãos (At 20.7-11; 18.21), mas ele estava sempre pronto para anunciar a palavra de Deus, ministrando com amor e dedicação insuperável.
TENTAÇÕES
São muitas as tentações a que está exposto o homem de Deus na sua vida e no ministério. Embora alguns irmãos pensem que o ministro é um super-homem. Esta imagem é falsa. O servo de Deus deve ter o cuidado, pois o Diabo não descansa: “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo.” (1 Pd 5.8,9); mas graças à Deus pois o servo obediente sempre tem vitória; (Pv 1.10;4.14; Rm 6.13; Ef 6. vs. 13;2 Pd 2.9).
TENTAÇÕES DO SEXO (Causas principais deste tipo de tentação)
- Relaxar na disciplina.
- Mau relacionamento com a esposa e com a família.
- Deixar-se envolver com alguma irmã com quem passa a conversar longos tempos, e até mesmo permitir confidências e se envolver com os problemas íntimos da mesma.
- Dar asas aos pensamentos pecaminosos.
- Atender irmãs sozinho no gabinete.
- Fazer visita aos lares sem estar acompanhado da esposa ou de uma outra pessoa.
COMO VENCER:
a) identificar o problema e procurar solucioná-lo o mais rápido possívelb) reconhecer o problema e admitir que se trata de cobiça.
c) voltar imediatamente à auto-disciplina (oração/meditação).
d) procurar eliminar os problemas da vida conjugal, melhorando a comunicação familiar.
e) fazer da esposa a companheira inseparável na hora do aconselhamento de irmãs e na visitação pastoral.
f) Ter outra pessoa a quem possa prestar contas periodicamente (se abrir e ser ministrado).
TENTAÇÕES DO DINHEIRO
Causas deste tipo de tentações: <.p>
- sentir inveja daqueles que fora do ministério estão prosperando.
- quando dedicado integralmente ao ministério sentir vontade de voltar a associar a vida espiritual com outras atividades lucrativas, mesmo se isto vá prejudicar a sua espiritualidade, a sua família e o seu relacionamento com Deus.
- achar que, por ser pastor, não precisa contribuir para a Igreja, e tornar-se usuário.
- sendo um pastor pobre, discriminar os irmãos ricos, achando-os desonestos.
- administrar mal os recursos da Igreja, achando que, por ser o pastor, deve dispor dos seus recursos como bem entender.
COMO VENCER:
“Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro, e com ele a inquietação. Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo, e com ele o ódio.” (Provérbios 15:16,17).
Aprender com Salomão, com o apóstolo Paulo e outros servos de Deus (Fp 4.10-20; 1 Tm 6.6-12; Hb 13.5,6;), a meditação nesses textos é suficiente para nos levar à plena confiança de que o importante é estarmos no centro da vontade de Deus. Ele é fiel para aqueles a quem chamou para sua obra. Sejamos fiéis igualmente.
Não se envolver com o Caixa da Igreja, deixar esta função para os tesoureiros e, além disso, contratar serviços externos de contabilidade.
INVEJA DO MINISTÉRIO
Alguns servos de Deus tem caído na cilada maligna do inconformismo, da inveja, da cobiça. Nunca estão satisfeitos com o que estão fazendo. Se estão dirigindo uma igreja, acham que merecem e são capazes de dirigir outra maior ou mais bem localizada.
Homens de Deus há, que perderam a condição de servirem a Deus, porque caíram no mesmo pecado de Miriam, Arão e de Coré e seus seguidores (ver Num 12.1-8; 16.1-35), querem o lugar e a função que não lhes pertence. Não se conformam em ser liderados, em permanecer no lugar onde foram colocados e esperar no Senhor. Acham que foram chamados para liderar, apenas. Muitos já caíram neste tipo de pecado ou tipo de tentação:
- Absalão ( 2 Sm 15,1,2,4)
- Adonias (1 Rs 1.5)
Os filhos de Zebedeu ( Mt 20.20,21).
Ainda outros, não se conformaram em desempenhar o ministério ou serviço para qual foram realmente vocacionados. Sempre estão querendo mudar para fazer o trabalho de outro irmão. É preciso ter cuidado, pois alguns já percorreram esse caminho e se deram muito mal. Uzias (2 Cr 26.16-21), Diótrefes (3 João 9,10). São exemplos disso.
Reconhecemos também que existem diferentes dons e que cada um deve ser diligente segundo o dom que recebeu do Senhor (1 Co 12.12-30; Rm 12.3-8).
COMO VENCER:
“Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. Não nos tornemos vangloriosos, provocando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros.” (Gálatas 5:25,26).
- Duas perguntas que o homem de Deus precisa fazer a si mesmo:
- “estou no lugar onde Deus quer?”
- “estou exercendo o ministério de Deus como ele quer?”
- Faça seu trabalho sem se preocupar com que os outros estão fazendo. A troca de experiência é válida, quando é feita com humildade e sinceridade, para glória de Deus.
- Lembre-se de que ciúme e inveja são pecados, e que o ressentimento e o inconformismo podem prejudicar inteiramente sua vida espiritual. ver Hb 12.14,15.
- O espírito de rivalidade só prejudica a Igreja e seu próprio ministério.
- Agradeça constantemente a Deus pelo que ele está fazendo em sua obra. Não murmure (Mt 3.11; 1 Co 15.9).
- Viva em constante oração vigiando em todo tempo. Lc 21-36.
TENTAÇÕES DO PÚLPITO
No púlpito está a grande força da Igreja, pois é dele que o ministro prega e ensina a palavra de Deus, com o objetivo de aperfeiçoar os santos e salvar os perdidos. Qualquer distorção ou enfraquecimento desse objetivo é uma derrota para a Igreja, e o Diabo sabe disto; portanto é importante que o pastor tenha cuidado com o púlpito e no púlpito.
As tentações mais comuns que sofre o ministro em relação ao púlpito são:
- a auto-exaltação. O ministro é tentado e achar-se um grande pregador ou ensinador. Tenha cuidado com a auto-exaltação: (Rm 12.16; Pv 13.10; 16.18;) “E cingi-vos todos de humildade uns para com os outros, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1º Pedro 5:5,6).
- confiança em sua capacidade. O ministro passa a depender muito de sua capacidade, habilidade e eloquência, ao invés de depender do Espírito Santo (Jo 3.27; 15.7-11; 2 Co 3.5; At 4.33).
- pregar a palavra de Deus sem que ela seja uma realidade em sua própria vida (2 Ts 3.9;1 Tm 4.12; tt 2.7; Tg 2;12).
- mentir ou exagerar quando esta contando uma ilustração ou história (Ef 4.25; Pv 12.19).
- falar aquilo que as pessoas querem ouvir ao invés de obedecer ao Espírito Santo (At 4.20).
- manipular os seus ouvintes com histórias e ilustrações emocionantes.
- usar o púlpito como martelo, para descarregar suas frustrações e nervosismo.
- relaxar na preparação da mensagem da palavra por preguiça e desculpar-se de que o Espírito Santo dá a mensagem (At 17.11; Rm 15.4; 1 Tm 4.13-15; Sl 1.2).
- não comentar ou falar mal de políticos, autoridades, pessoas ou outras denominações dando nomes diretamente.
CLERICALISMO OU SACERDOTALISMO
Parece alguma coisa nova ou sem grande importância, porém, já se nota no seio da Igreja a penetração desta cunha maligna.
O desvio da Igreja primitiva deveu-se à institucionalização. Essa institucionalização deu-se em três níveis independentes: o culto, a doutrina e a organização.
Com o intuito de preservar a estabilidade e a continuidade da Igreja, alguns líderes do 3.º século substituíram a liberdade do Espírito por formas rígidas e institucionalizadas nos três níveis.
Atualmente o maior perigo se relaciona com o clericalismo ou a organização ministerial que surge quando os ministros se tornam uma classe separada do corpo e passam a dominá-lo com suas leis, regulamentos e exigências. Ou ainda, quando passam a impor a consagração de seus filhos e a tendência é a formação de uma casta sacerdotal. Há um ditado que diz: “filho de gato é gatinho” eu afirmo que em relação ao ministério neotestamentário, “filho de pastor não é pastorzinho”.
Medite em tudo que você acabou de ler e guarde em teu coração, pois com toda certeza você será um grande ministro na Seara do Senhor Jesus! Isso se você colocar tudo que aprendeu em pratica, pois não adianta ser apenas um leitor ou ouvinte esquecido, mas praticante da Palavra de Deus (Tiago 1:22).
Que Deus te abençoe poderosamente!
Fonte:
Profº Dionisio P. Santos